quinta-feira, 5 de junho de 2008

SONHO OLÍMPICO ou RESPONSABILIDADE BILATERAL?

“A ética no esporte começa pela garantia do direito constitucional à prática esportiva, como recreação, atividade física. O direito à atividade esportiva vem de a humanidade ter aprendido, ao longo da sua existência, que o esporte deve ser parte essencial na atividade humana. Primeiro, pelo papel que tem no desenvolvimento físico e intelectual das pessoas. (...)” .(Jaime Sautchuk).
O aluno se destacando nas competições demonstrando ter dom para seguir carreira, como competidor, terá a oportunidade de desenvolver seu talento. Mas o Taekwondo é só lutar, ser “bom” em competições de kiorugui?
Vamos refletir um pouco sobre o desenvolvimento do TKD.
A modalidade tem um país de origem (Korea), e lá existe um órgão regulador de leis e um órgão que cuida das técnicas do esporte(Kukkiwon e WTF), há mais de 160 países praticantes da modalidade e nestes países existem as confederações, ligas, federações e academias. Como se pode ver, existe uma hierarquia na parte executiva e administrativa. A modalidade entrou no programa olímpico em 1988 e em 1992 como esporte de exibição. A formalização como esporte olímpico foi aprovada em reunião do Comitê Olímpico Internacional realizada em Paris em 1994. A primeira edição dos Jogos valendo medalhas no taekwondo foi a de Sydney-2000. Na ocasião, o evento reuniu 103 atletas – 55 homens e 48 mulheres com 51 países participantes. Em Pequim serão 128 participantes - 62 homens, 62 mulheres e quatro convidados. É sem dúvidas um esporte muito forte não somente nos resultados e feitos, mas também, por ser bem visto em todos os lugares que são desenvolvidos.
Bem, após essa pequena reflexão histórica escorrida, pergunto: Já que é um esporte vitorioso dentro e fora dos ringues, por que não há um interesse maciço dos políticos das três esferas governamentais no Brasil? Por que não existe uma inclusão nas escolas municipais, estaduais e até mesmo das particulares de modalidades olímpicas na grade escolar? Não falo apenas do Taekwondo, mas de todos os esportes olímpicos, uma vez que o brasileiro é considerado por ter o biotipo privilegiado apto para qualquer esporte.
Além de se dá aos jovens o direito à pratica de esportes, tiraria deles a possibilidade de se ocuparem das drogas e entrarem no caminho da criminalidade. Com certeza, se houvesse por parte de nossos representantes um cuidado na formação de nossos jovens, não haveria tantas notícias de crianças e de jovens envolvidos na marginalidade.
Pensando nisso, volto ao cenário da formação do professor das modalidades olímpicas e questiono: Como está a qualificação dele? Estão preparados para atender uma possível chamada dos governos para assumirem uma escola municipal ou estadual? Há por parte dos órgãos nacionais e estaduais uma preocupação em preparar seus instrutores não somente em se graduarem faixas pretas, mas também, em relação a conhecimentos mais complexos dentro da modalidade para serem classificados como aptos para estarem no mercado? E o Conselho Regional de Educação Física pode dá alguma contribuição na formação dos técnicos e formadores de talentos que se encontra em todo o território nacional? Essas são questões que devem ser respondidas para que se possa sonhar com um universo mais amplo para a introdução de modalidades olímpicas nas escolas brasileiras.
Seria um começo se os mestres das modalidades iniciassem entre seus professores um trabalho de conscientização para que estes tenham não só as técnicas das modalidades e sim noções de direito, de primeiros socorros, administração, marketing e quando possível ser graduado em alguma das muitas áreas superiores para contribuir na parte científica, dentro da modalidade que se pratica.
Além disso, as federações estaduais deveriam fazer convênios com universidades e faculdades para oferecer a seus filiados cursos de capacitação e de ampliação de conhecimentos científicos para um melhor desempenho nos treinos e competições. Também se deve ter cuidado com a parte fisiológica, uma vez que se isso não ocorrer, o instrutor poderá sofrer processos judiciais por imperícia e falta de conhecimentos.
Carlos Franco

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