sexta-feira, 2 de maio de 2014

As modalidades de lutas nos programas sociais sobrevivem à margem da profissionalização


Em Belo Horizonte temos vários programas sociais para atender a nossos jovens. O programa "FICAVIVO" , por exemplo, já opera na comunidade há mais de dez anos. Tem como objetivo controlar e prevenir a ocorrência de homicídios dolosos em áreas com altos índices de criminalidade violenta em Minas Gerais, melhorando a qualidade de vida da população.
Criado em 2003, é executado pela Coordenadoria Especial de Prevenção à Criminalidade (Cpec) por meio dos Centros de Prevenção à Criminalidade (CPCs), sedes de referência para as comunidades atendidas.

O programa faz acompanhamento especializado e oferece cerca de 600 oficinas voltadas para o esporte, a arte e a cultura para jovens de 12 a 24 anos em situação de risco social. Desde sua criação, o Fica Vivo realizou, em média, 13 mil atendimentos por ano, reduzindo em 50% os índices de homicídio nas regiões que abrange.

Em setembro de 2006, o programa foi escolhido como um dos 48 finalistas do Prêmio Global de Excelência de Melhores Práticas para a Melhoria do Ambiente de Vida – Prêmio Dubai, criado pelo Centro das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (UN-Habitat) em parceria com a Municipalidade de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Foram inscritas 703 práticas de 88 países, sendo 243 projetos da América Latina e Caribe. Dos 48 finalistas, apenas dois são brasileiros e um deles é o Fica Vivo. 

Como funciona
 
 
As atividades do programa são baseadas em dois eixos de atuação: intervenção estratégica e proteção social. O grupo de intervenção estratégica reúne os órgãos de Defesa Social (polícias Civil, Militar e Federal), o Poder Judiciário, o Ministério Público e as prefeituras municipais. Esse eixo tem como responsabilidade o planejamento e a coordenação de uma repressão qualificada e eficiente.
O eixo proteção social se constitui a partir de ações de atendimento e de trabalho em rede. Os atendimentos visam a favorecer a construção de modos de vida distintos do envolvimento direto com a criminalidade.  O trabalho em rede objetiva incluir na pauta de discussão o tema da prevenção à criminalidade.  As ações de atendimento são realizadas por meio dos seguintes instrumentos: oficinas, atendimentos psicossociais, projetos locais, multiplicadores e grupos de jovens.  As oficinas são estratégias de aproximação e atendimento aos jovens articuladas às características das áreas atendidas, tais como aspectos criminais, culturais, sociais, históricos e geográficos. Elas são implantadas em diferentes locais das áreas de abrangência do Centro de Prevenção à Criminalidade, articulando aspectos da singularidade do jovem e o acesso aos direitos sociais.
Os focos das oficinas são a prevenção à criminalidade, a potencialização do acesso dos jovens aos serviços e aos espaços públicos, a possibilidade da vivência do direito de ir e vir, o favorecimento da inserção e da participação dos jovens em novas formas de grupos, a discussão de temas relacionados à cidadania e aos direitos humanos e a criação de espaços de resolução de conflitos e rivalidades. 
O Fica Vivo é desenvolvido, atualmente, em 27 Centros de Prevenção à Criminalidade:
 
 

Outro programa que é amplamente usado na capital mineira é "O Programa Escola Aberta" incentiva e apoia a abertura, nos finais de semana, de escolas públicas de educação básica localizadas em territórios de vulnerabilidade social. Em parceria, a comunidade escolar e a do entorno ampliam sua integração planejando e executando atividades educativas, culturais, artísticas e esportivas.

A proposta do Programa visa fortalecer a convivência comunitária, evidenciar a cultura popular, as expressões juvenis e o protagonismo da comunidade, além de contribuir para valorizar o território e os sentimentos de identidade e pertencimento. A troca de saberes pode redimensionar os conteúdos pedagógicos, tornando a escola mais inclusiva e competente na sua ação educativa, favorecendo novas práticas de aprendizagem e proporcionando oportunidades de promoção e exercício da cidadania.

As ações dos finais de semana são realizadas a partir de consultas à escola e do diagnóstico da comunidade para identificar demandas locais, pessoas e instituições que se proponham a compartilhar seus conhecimentos, habilidades e competências de forma voluntária. As atividades são organizadas no formato de oficinas, palestras e cursos, envolvendo alunos, jovens, crianças, adultos, pais, responsáveis e idosos.

As secretarias estaduais e municipais são responsáveis por implementar e acompanhar o Escola Aberta nos territórios. O desenvolvimento do Programa pressupõe a cooperação e a parceria entre as esferas federal, estadual e municipal, e a articulação entre diversos projetos e ações no âmbito local, incluindo os da sociedade civil, da esfera privada e de organizações não governamentais

O Programa fomenta a constituição de redes locais e regionais que estimulam a troca de experiências e o planejamento coletivo de estratégias de desenvolvimento da proposta. A estratégia do Programa de constituir comitês amplia a vivência de gestão compartilhada de políticas públicas educacionais e do regime de colaboração entre as secretarias e parceiros, possibilitando o enraizamento e sustentabilidade da proposta.

O Escola Aberta é coordenado pela Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) e conta com a cooperação técnica da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO. Sua operacionalização é feita por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola para o Funcionamento das Escolas nos Finais de Semana (PDDE/FEFS), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).


EM TEMPO:

 

 

No mês de abril, pelo quarto ano consecutivo, aconteceu na câmara dos Vereadores de Belo Horizonte, a comemoração do "DIA MUNICIPAL DAS ARTES MARCIAIS" e foi dito pelo nobre vereador Ronaldo Gontijo (PPS) ser consequência da criação de sua autoria do dia das artes márcias, a criação de programas sociais esportivos.
Nosso vereador não estava bem informado. Bem antes do mesmo conseguir aprovar o projeto de Lei nº 947/2010, que Institui o Dia Municipal das Artes Marciais, a ser comemorado, anualmente, no dia 11 de abril, para que a sociedade da capital mineira, estes programas sociais já existiam.
Pensando em informar a todos sobre a respeito dos fatos escorridos, nós sentimos na obrigação que corrigir a equivoco de nosso amigo vereador. E o mesmo nos deu entrevista a respeito de questões voltadas ao profissional de artes marciais.

 
Entrevista  como o vereador Ronaldo Gontijo – Líder do PPS na CMBH
 

 
1)Qual é o objetivo da comemoração, nestes últimos quatro anos, do dia municipal das artes marciais?

RESPOSTA: Nosso grande objetivo sempre foi o de valorizar as artes marciais, bem como seus alunos, professores e mestres. Queremos fortalecer as artes marciais e dar mais visibilidade nas diversas esferas da administração direta. Precisamos da união de todas as modalidades e categorias. Queremos buscar a valorização do esporte e dos desportistas como um todo.

2) Quais foram os avanços nas artes marciais  após essa data fixada e comemorada nestes anos?

RESPOSTA: Começamos a comemorar o dia das artes marciais em abril de 2011. De lá pra cá, nestes 4 anos, posso afirmar que conseguimos alguns avanços. Queremos o reconhecimento do poder público em relação às artes marciais. Posso destacar que com a aprovação desta lei o esporte marcial já tem certa abertura nos níveis municipal, estadual e federal. Já tem alunos, atletas, mestres e professores que fazem parte de alguns projetos esportivos. Aqui em Belo Horizonte em algumas unidades da escola integrada da prefeitura os alunos aprendem artes marciais. O professor vai até as escolas e passam seus ensinamentos aos alunos. Isso realmente é muito gratificante. Fiquei sabendo também de outro projeto na UFMG em que os alunos de educação física terão aulas de artes marciais e a coordenadora do projeto irá de escola em escola de BH para fazer levantamentos de professores e alunos para buscar novos talentos nas diversas modalidades.

3) Existe alguma comissão na câmara dos vereadores para desenvolvimento de projetos em prol das artes marciais?

RESPOSTA: A Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Desporto, Lazer e Cultura, da qual sou presidente, tem debatido constantemente diversos projetos e ações ligadas aos esportes. Vez ou outra tem algo ligado às artes marciais. Tem que haver mais união e empenho para que mais debates possam acontecer.

4) O sr saberia nos informar se há a possibilidade de ser implantado nas escolas municipais, como matéria, extra classe ou até mesmo curricular , as modalidades de luta?

RESPOSTA: Penso que em longo prazo poderíamos pensar neste projeto. Claro que demanda um estudo aprofundado, seja como matéria fixa da grade ou então extracurricular. As artes marciais têm um eficaz processo de formação moral, e impulsionam a capacidade física e mental, ajudando a obter domínio próprio, coragem, honra, lealdade, modéstia e bondade. Estes princípios são fundamentais para os estudantes. Seria bastante eficiente a inclusão de modalidades marciais na grade das escolas municipais e estaduais.

5) O sr tem projetos próprios que criam algum tipo de incentivo aos artistas marciais? Bem como possibilidade de aposentadoria, contribuição tributária da categoria e outros encargos que protegeriam a todos que vivem de ensinar uma arte marcial?

RESPOSTA: O nosso mandato sempre esteve e está à disposição de toda comunidade das artes marciais. Assuntos referentes a aposentadoria, contribuição tributária, entre outros, tem que ser mais debatidos. As ideias que chegarem até nós serão trabalhadas. Também necessitamos que os artistas marciais sem engajem em trazer para nós possíveis ideias que irão valorizar a categoria.

6) O sr Conhece o CBO (Classificação Brasileira de Ocupações)? Saberia informar-nos se tem conhecimentos de que as ocupações no mercado de trabalho para as artes marciais existem em esfera federal e são pouco divulgadas e usadas em benefícios das artes marciais? Teria disposição técnica e social em preparar e enviar à Câmara dos vereadores  projetos para  ligar este canal do ministério do trabalho e emprego as artes marciais a leis municipais para beneficiar a todos os mestres e professores que vivem de ensinar sua modalidade?

RESPOSTA: Eu sei que a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO – tem por finalidade a identificação das ocupações no mercado de trabalho, para fins classificatórios junto aos registros administrativos e domiciliares. Não saberia dizer como se encontra a classificação dos artistas marciais em nível federal. De qualquer maneira meu mandato como vereador de Belo Horizonte está sempre aberto para conversar com os representantes da categoria para viabilizarmos projetos de lei que visam beneficiar todos os mestres e professores que vivem das artes marciais.

7) Quais serão suas próximas atitudes como  vereador  em prol das artes marciais ? 

RESPOSTA: Eu quero discutir com o executivo uma maior destinação de verbas para a secretaria de esportes do município. Hoje o orçamento desta secretaria é muito enxuto e geralmente alavanca para o futebol, vôlei, basquete, etc. Vamos trabalhar nos próximos meses a destinação de mais verbas para as artes marciais para fazer feiras, eventos, torneios e projetos. Quero também continuar com o Dia das artes marciais aqui a Câmara Municipal.

Agradecemos a entrevista do nobre vereador e ficaremos esperando novidades e novos projetos para nossa profissão.

Creiam que na verdade tudo é uma questão de forças, unificação entre as modalidades de luta e um consenso político e social para atender o nicho das artes marciais.
Ainda hoje somos pouco valorizados e "olhados" pelos políticos. Porém ,a cada dia mais e mais somos procurados, estamos tendo visibilidade e não podemos perder a oportunidade de nos organizarmos e elevarmos nossa categoria em busca de conquistas sociais.

Pedimos a todos as modalidade que se apresentem e venha unir forças conosco para criarmos juntos, leis, projetos e direitos trabalhistas para nos atender e nos garantir quanto educadores
 

 
fotos: pessoais e site de busca
 
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