sábado, 26 de setembro de 2009

Entrevistando Mestre Yeo Jin Kim

Já diz o ditado: “depois da tempestade, vem a bonança”

E é com esse pensamento positivo que os taekwondistas de todo o país esperam anciosamente por mudanças ainda mais positivas da nova administração da Confederação Brasileira de Taekwondo.
Ainda sendo cedo para uma análise criteriosa e derradeira,estamos começando uma séria de entrevistas para tentar entender qual é a identidade dessa nova gestão administrativa e técnica que está à frente da CBTKD.


foto/site: tkd.com.br
Iniciaremos, com um pequena entrevista com o Diretor de Artes Marciais, Eventos e Cursos da CBTKD,Mestre Yeo Jin Kim.
Entrevista que mesmo sendo curta,uma vez que o Ms Jin se encontra ocupado com suas muitas atribuições e afazeres,mas não deixou de nos atender e nos brindar em ser o primeiro da séries de entrevistas que faremos para traçar um perfil dessa administração em prol de um TAEKWONDO unido ainda melhor e para TODOS.

1)Mestre,quais são seus projetos à frente dessa diretoria?

A DAMEC (Diretoria de Artes Marciais, Eventos e Cursos) da CBTKD tem um papel primordial em vários sentidos. O sistema de graduação deve ter uma mudança conforme o passar do tempo e influenciar diretamente a modalidade no país; isso sob vários aspectos. Este assunto envolve praticamente todos nós e quando me refiro a nós, englobo aqui instrutores, mestres e até administradores de academias que terceirizam as aulas. Por este motivo, deixei que as pessoas se acostumassem com a minha pessoa como sendo o responsável por esta Diretoria. Não tomei nenhuma medida, pois pretendo fazê-la em conjunto. Há decisões que necessitarão de muitos diálogos antes de se decidir qual a melhor atitude a se tomar e que ela venha para beneficiar e melhorar a todos, Pois com certeza todos vão concordar que o Taekwondo viveu um grande período de estagnação em que perdeu muito espaço na mídia e faltou investimento a modalidade. Espero que haja uma conscientização nacional sobre a nova regra de graduação. Ela é necessária, pois um atleta que por razões pessoais muda de um estado para outro não encontre tantos obstáculos e dificuldades e acabe por se desestimular em dar continuidade a prática do esporte. Pretendo criar uma comissão de trabalho composta por mestres examinadores competentes de cada estado para sustentar a elaboração deste currículo e regulamento de graduação, tornando possível essa transição. Em relação aos eventos, juntamente com o coordenador de competição, GM Átila Torres estamos atuando com seriedade junto aos organizadores locais e demais corpo diretivo da CBTKD. Em breve elaboraremos o calendário anual 2010. No mês de janeiro, logo no inicio do ano, vamos realizar um trabalho inédito na CBTKD: o Curso Anual de qualificação dos instrutores, além de trabalhar para sediar o Curso Internacional de Arbitragem junto com a PATU (Pan-american TKD Union).

2)O que poderá proporcionar para os taekwondistas brasileiros de melhorias das técnicas ,de gestão das academias e tudo aquilo que cerca o profissional do taekwondo?

Acredito na melhoria da nossa categoria, através de aperfeiçoamento profissional dos instrutores e mestres, sob os aspectos técnico, administrativo, cientifico, pedagógico, filantrópico e ético-moral. Espero com isso provocar uma motivação junto aos colegas, para que todos almejem ao sucesso. Acredito que a Diretoria Técnica dirigida pelo GM Fabio Goulart se encontra em mãos competentes, pois tem verba de apoio do COB e tem o apoio total do presidente GM Jung Roul Kim. Desavenças a parte, sei reconhecer quando as pessoas tem qualificações para somar a entidade e não deixaria que desentendimentos pessoais interfiram em meus julgamentos.

3)Qual é o objetivo maior do Sr em relação a unificação do esporte no Brasil?
Qual é o papel da LNTKD depois que dirigentes dessa entidade foram fazer parte da CBTKD?

Olhando de maneira prática o cenário mundial atual sei que é difícil uma unificação de nossa modalidade. Entre as várias razões, há uma divisão e racha na ITF, que ocorreu logo após a morte do Gal. Choi, Hong Hee, o criador do nome TKD. No Brasil, o motivo maior da divisão é o tempo de separação que dura quase 20 anos, isso significa uma paciência maior para esta união, num tempo muito curto para tornar possível entendimento e negociações. Eu acredito muito na unidade nacional, pois dentro da LNT não vejo divisão ou divergência de opinião e, com passar do tempo os colegas dirigentes estaduais da CBTKD se conscientizarão na unidade estadual. Para isso, todos têm que nos posicionar de maneira mais flexível e sabermos ceder cada um a sua parte.
Particularmente tenho muito carinho pela LNT e, por mim nenhum colega vai ficar desamparado até a união total em torno da CBTKD. Admiro a amizade e a democracia que há dentro da LNT.



4)Em relação aos faixas pretas e mestres registrados e formados pela Liga Nacional, como fica a situação deles perante a Confederação? Haverá apenas um registro nacional? Ou nada muda Cada qual ficará na sua entidade de opção?

Em relação ao registro de faixas pretas e mestres tudo fica como está e, só haverá alguma mudança, quando ambas partes de cada estado concordar pelo acordo. GM Jung Roul Kim, presidente da CBTKD está empenhado na aproximação dos estados. A tarefa da LNT é minimizar a diferença nos valores de exame de preta, do seu registro e da sua regra. Vale lembrar que são as taxas de registros de pretas que mantém a LNT.

5)Comente sobre o acordo assinado com a Federação Paulista e a LNTKD. Será que acontecera um efeito cascata no Brasil após esse acordo ser colocado na prática depois dos 90 dado como prazo?As Federações e Ligas estaduais será que necessitarão fazer algo parecido?

O cenário de cada estado tem aspectos peculiares. No estado de SP foi feito um acordo de intenção de aproximação entre Federação Paulista de TKD (LNT paulista) e FETESP.

6)Fale-nos sobre a disputa da seleção da Liga em participar dos eventos da CBTKD.

Conforme a transação judicial feita, logo após da eleição da CBTKD de 2002 , a participação da LNT é garantida através de homologação judicial sobre o Acordo. O que significa que se a mesma não for observada acarreta num desacato a uma ordem judicial. Os colegas das várias Federações têm se mostrado contra tal decisão e isso não é passível de discussão, a não ser via juízo. Ao invés de travarmos mais uma batalha judicial que apenas acarretará mais desgaste não as Federações da CBTKD ou a própria Liga, mas ao Taekwondo, o presidente da LNT, Ms. Nilton dos Santos acredita que há a possibilidade de se chegar a uma solução amistosa. Segundo os juristas a decisão judicial é acima de um estatuto da entidade ou mesmo de uma AG, e agir contra esta decisão é crime.

7)Qual sua visão, da Federação Mineira de Taekwondo, e possíveis planos de parceria com ela através de cursos que podem vir a proporcionar a nossos filiados , uma vez que além de sermos "co-irmãos".O seu atual cargo daria uma importância maior em um curso nacional de instrutor,por exemplo,que o Sr. viesse a palestrar para os mineiros?

Na minha visão a Federação Mineira de Taekwondo deve ser prestigiada, pois ao falarmos dela surge em mim a figura do GM Park, Yeong Hwan, introdutor de TKD no Estado que merece todo nosso respeito. Espero que ele esteja gozando da mais plena saúde. O presidente Sr. Marco Maciel é uma pessoa de muita compreensão e das indagações em prol aos seus filiados, a Sra. Marília Park é um exemplo de dedicação a família e ao trabalho. A todos os companheiros mestres e professores que fazem a trajetória mineira de trabalho, agradeço pelos votos de confiança. Sobre a questão da palestra sempre estou à disposição para contribuir. Estou preparado para receber críticas, mas espero que elas sejam acompanhadas de sugestões. Pois fácil é criticar, difícil é saber achar soluções para os problemas. Não me considero perfeito, ainda encontro dificuldades no português, apesar dos vários anos que já fixei residência no país. Mas estou sempre disposto a aprender.

8)Conte - nos sua trajetória no esporte,sua vida de taekwondista e profissional.
foto: folha/online


Iniciei a prática do TKD a partir de 5 anos de idade, com meu eterno GM Sang Min Cho, ainda em Seul, Coréia, durante a escola fundamental, com meus primos mestres. Imigrei ao Brasil em 1978, para dar continuidade ao trabalho do GM Cho e atuei bom tempo como atleta. Em 1989 elegemos um aluno brasileiro, Sr. Carlos Roberto para a presidência da FPT (Federação Paulista de TKD), deixando para trás mestres pioneiros. Na época, como diretor técnico cometi muitos erros administrativos. Este período serviu como amadurecimento. Em 1990 fui convidado para ser técnico da seleção brasileira, época em que a equipe conquistou ouro com Fabio Goulart e Viviane Felicíssimo, alem de uma de prata e 2 de bronze no Campeonato Pan, em Porto Rico. No mesmo ano em Madri, na Copa do Mundo conquistamos 2 bronzes com Dong Kim e Alysson Yamaguti. Naquela época a Academia Liberdade foi destaque nacional pelos seus mais de 1000 alunos pagantes mensalmente. Em 1993, criamos a UBT (União Brasileira de Taekwondo), pois não concordava como a CBTKD era administrada e como o Taekwondo vinha perdendo seu espaço na mídia. Consegui dar a volta por cima com uma aliança que garantiu a vitoria na eleição do GM. Jung Roul Kim.

9) Suas considerações Finais:

Mais uma vez deixo claro que a minha posição é de pretender somar e jamais de criar atritos. Espero que os colegas deixem de lado as rivalidades e me dêem a oportunidade de mostrar meu trabalho e assim trocar idéias com cada um de vocês. Acredito que a entidade é composta de membros que tem talentos, que infelizmente, não souberam ser explorado, durante um período de estagnação, em que todos só podiam concordar e nunca se opor. Sei que haverá divergências, assim como há em uma grande família, mas se pudermos deixar de lado essas diferenças, todos ganharão com isso. Esta é uma promessa que posso fazer de antemão. Todos podemos ganhar se soubermos cooperar uns com os outros e saber ceder quando necessário. Não podemos ser sempre os últimos a dar a palavra final. Adquiri durante o tempo de prática e envolvimento com a modalidade experiências como atleta, professor, dirigente, mestre e gestor. Tenho orgulho de ser o criador do TKD Duplas, Miss TKD e TKD Recreativo e ver meus alunos professores em evidencia.

Gostariamos de agradecer ao mestre Yeo Jin Kim pela entrevista via e mail e dizer que como diz outro ditado popular: "A união faz a força". E que com esse desejo que de uma vez por todas acabem essas brigas e que aqueles que estão à frente, na representatividades de muitos,pensem mais no coletivo. Procurem serem grandes lideres e exemplos, não para si apenas ,mas para todo o esporte TAEKWONDO. Que sempre os melhores atletas,melhores professores e mestres possam nos representar e nos indicar os melhores caminhos de nossa modalidade a serem trilhados.
Que nas adminstrações apareçam mais e mais pessoas competentes para a função à frente das diretorias e ajude no desenvolvimento e modernidade da modalidade olímpica, no Brasil.
Sem haver privilégio para alguma Federação Estadual e ou pessoa,mas sim, que haja profissionalismo e ética para que o Brasil não tenho somente resultados nas competições,mas também,tenha notícias de boas gestões e administrações exemplares dentre os esportes praticados no país.

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