MARCEL MERGUIZODE SÃO PAULO
O lutador de taekwondo Diogo Silva, 30, deixou na manhã desta sexta-feira a equipe de São Caetano. No início da noite, já negociava acordo para representar uma outra cidade na região do ABCD. Um dia antes, acertou contrato com a Universidade Gama Filho, no Rio.
Alessandro Shinoda/Folhapress
Diogo Silva durante treino em São Caetano
Um dos dois brasileiros classificados para a Olimpíada no taekwondo (a outra é Natália Falavigna), Diogo rompeu o acordo que tinha com a Prefeitura de São Caetano por não concordar com o método de trabalho estabelecido pelo coordenador da modalidade na cidade, Marcelo Todaro.
Procurado pela Folha, o atleta não quis falar, segundo seu agente, Diogo Veiga, por estar "chateado" e com "a cabeça quente". O paulista costuma ser crítico em suas declarações contra dirigentes esportivos.
No Twitter, porém, o lutador desabafou. "No tkd é foda porque até açougueiro é coordenador de esporte, é muito cara ruim junto. Hoje tomei a decisão de sair da equipe de São Caetano, sinceramente estou muito feliz, demorei muito pra tomar essa decisão. Foi a melhor forma de mostrar que trabalho amador não tem vez".
Campeão dos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, e dos Jogos Mundiais Militares, em 2011, ele não havia renovado o contrato com São Caetano ainda. Logo, não recebia salário do município desde o início do ano. O acordo estava prestes a ser renovado e previa disputa dos Jogos Abertos do Interior e Jogos Regionais pela cidade paulista. O atleta recebe ordenado na Marinha e bolsa-atleta.
Alessandro Shinoda/Folhapress
Diogo Silva durante treino em São Caetano
Um dos dois brasileiros classificados para a Olimpíada no taekwondo (a outra é Natália Falavigna), Diogo rompeu o acordo que tinha com a Prefeitura de São Caetano por não concordar com o método de trabalho estabelecido pelo coordenador da modalidade na cidade, Marcelo Todaro.
Procurado pela Folha, o atleta não quis falar, segundo seu agente, Diogo Veiga, por estar "chateado" e com "a cabeça quente". O paulista costuma ser crítico em suas declarações contra dirigentes esportivos.
No Twitter, porém, o lutador desabafou. "No tkd é foda porque até açougueiro é coordenador de esporte, é muito cara ruim junto. Hoje tomei a decisão de sair da equipe de São Caetano, sinceramente estou muito feliz, demorei muito pra tomar essa decisão. Foi a melhor forma de mostrar que trabalho amador não tem vez".
Campeão dos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, e dos Jogos Mundiais Militares, em 2011, ele não havia renovado o contrato com São Caetano ainda. Logo, não recebia salário do município desde o início do ano. O acordo estava prestes a ser renovado e previa disputa dos Jogos Abertos do Interior e Jogos Regionais pela cidade paulista. O atleta recebe ordenado na Marinha e bolsa-atleta.
Divulgação
Diogo Silva em combate no Pan de Guadalajara
O acordo de um ano com a Gama Filho, por enquanto, é apenas para a universidade usar a imagem do lutador e ele receber apoio. Após os Jogos de Londres, porém, Diogo Silva pode passar a fazer parte da equipe carioca.
Agora, de acordo com o agente, Diogo Silva não está preocupado com local para treinar, pois vai se juntar à seleção brasileira, no Rio, para depois seguir competindo na Europa. Natália Falavigna, por exemplo, treina no centro de treinamento montado pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro), no Rio.
Além disso, o lutador paulista já dividia seus treinos entre São Caetano e Londrina, onde fica seu técnico Fernando Madureira.
E este era um dos problemas de relacionamento com o coordenador de taekwondo em São Caetano. Marcelo Todaro não queria aceitar uma das exigência do principal atleta da equipe: trazer técnicos e atletas para treinar com ele.
"Aqui visamos a equipe de São Caetano. E ele queria treinar com outra equipe. O que não é possível. Ele não queria treinar conosco, queria só usar a estrutura", afirma Todaro. "Temos uma equipe paga pela Prefeitura, dois treinadores [Reginaldo dos Santos e Clayton dos Santos], não tem como usar outras pessoas. É antiético", emenda.
Para o agente, Diogo Silva "apenas chamou outros atletas para treinar baseado nos adversários que teria na Olimpíada". Segundo ele, seria uma forma de melhorar o treinamento, "pois estava havendo pouco caso por parte do coordenador".
PROBLEMA ANTIGO
O acordo de um ano com a Gama Filho, por enquanto, é apenas para a universidade usar a imagem do lutador e ele receber apoio. Após os Jogos de Londres, porém, Diogo Silva pode passar a fazer parte da equipe carioca.
Agora, de acordo com o agente, Diogo Silva não está preocupado com local para treinar, pois vai se juntar à seleção brasileira, no Rio, para depois seguir competindo na Europa. Natália Falavigna, por exemplo, treina no centro de treinamento montado pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro), no Rio.
Além disso, o lutador paulista já dividia seus treinos entre São Caetano e Londrina, onde fica seu técnico Fernando Madureira.
E este era um dos problemas de relacionamento com o coordenador de taekwondo em São Caetano. Marcelo Todaro não queria aceitar uma das exigência do principal atleta da equipe: trazer técnicos e atletas para treinar com ele.
"Aqui visamos a equipe de São Caetano. E ele queria treinar com outra equipe. O que não é possível. Ele não queria treinar conosco, queria só usar a estrutura", afirma Todaro. "Temos uma equipe paga pela Prefeitura, dois treinadores [Reginaldo dos Santos e Clayton dos Santos], não tem como usar outras pessoas. É antiético", emenda.
Para o agente, Diogo Silva "apenas chamou outros atletas para treinar baseado nos adversários que teria na Olimpíada". Segundo ele, seria uma forma de melhorar o treinamento, "pois estava havendo pouco caso por parte do coordenador".
PROBLEMA ANTIGO
No início de 2011, a Folha mostrou que Diogo Silva sofria na equipe de São Caetano. À época, a rotina do lutador de taekwondo incluia treinos diários com outros 14 atletas em um tatame no ginásio de São Caetano. Montada por ele, a equipe teve os salários cortados pela prefeitura no final do ano.
O estafe técnico que acompanha esse time é composto por quatro pessoas e bancado por recursos próprios, vindos de ordenado da Marinha e de ajuda da Confederação Brasileira de Taekwondo.
Já a lutadora Natália Falavigna treinava sozinha ou auxiliada por atletas itinerantes em centro de treinamento montado pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro), no Rio.
Sua renda inclui a Samsung, o Fluminense, a Prefeitura do Rio, a confederação e o Exército. A equipe que a atende tem 11 profissionais, bancados pelo comitê, e ainda há laboratório, fisioterapia, máquina de gelo. Falavigna é a principal expoente do esporte no país e dona do bronze em Pequim-2008.
Fonte: Site folha.com
