Em Atenas,há quatro anos, Natália Falavigna chegou à semifinal do taekwondo , mas fracassou nas lutas que dariam a ela uma medalha. O vilão foi o pé direito, quebrado antes da Olimpíada,em treinamentos com Diogo Silva, que a prejudicou e a deixou em quarto lugar. Em Pequim-2008, a lutadora paranaense deu a volta por cima.Mesmo após perder a semifinal, em um combate apático onde a brasileira estava muito estática (estratégia do seu técnico)e perdeu em uma decisão dos árbitros após empatar o combate em 2 x 2 e no round extra empatou em 0 x 0 ,contra a norueguesa Nina Solheim, a brasileira se levantou, reencontrou a determinação que mostrou em suas duas primeiras lutas na China e foi ao pódio, conquistando o bronze na categoria acima de 67 kg. Foi a primeira medalha na modalidade para o Brasil.
Após a conquista a atleta desabafou:"Essa medalha tem gosto de ouro porque ficou tão perto na semi. Não queria voltar para casa chorando e saber que não teria um cordão desses no meu pescoço", comemorou.
Com os olhos cheios de lágrimas de alegria pela conquista inédita, Natália agradeceu à comissão técnica e às pessoas que ajudam-na nos treinos. "Dedico essa medalha para toda equipe de trabalho. Eles sabem que estavam do meu lado, meus companheiros de treino. Eles sabem da importância e que vou dividir isso com eles", afirmou.
"Passei um ano (fala do Panameircano no Rio, em que foi prata) treinando e mudando tudo o que podia para chegar aqui e conquistar o ouro, mas não consegui. Treinei muito a recuperação. Ter força para não deixar fugir em Pequim como escapou em Atenas. Agora terei quatro anos para me preparar ainda mais para Londres", lembrou a brasileira.
Falavigna comentou que o taekwondo ainda precisa de muito apoio, mas que com o título mundial de 2005, a prata no Pan do Rio e agora o bronze em Pequim 2008, ela já conquistou seu espaço mas é necessário haver mais apoio no esporte.
"O esporte ainda carece de muita coisa. Ainda bem que conquistei meu espaço no cenário internacional. Essa é uma medalha que não vem de tecnologia, vem de treinamento.", completou.
Em Atenas Natália e Diogo Silva (68 kg) ambos ficaram em quarto lugar.
O bronze olímpico em Pequim-2008 é o resultado de um ciclo vitorioso, mas cheio de tropeços de Falavigna. Após Atenas-2004, ela conquistou o Mundial de 2005, em Madri, na Espanha e a prata no Panamericano no Rio de Janeiro 2007 . Somado à performance na Grécia, a paranaense foi alçada ao estrelato e conquistou o Prêmio Brasil Olímpico daquele ano, dado para a melhor atleta brasileira da temporada, entre todas as modalidades.
Que essa medalha de bronze faça com que o COB (Comitê Olímpico Brasileiro),o Governo Federal, (através da Lei Piva que completou o primeiro ciclo olímpico)e todos aqueles que se envolvem com as modalidades olímpicas dêem mais atenção e apoio ao Taekwondo e criem centros de excelência,faça com que novos talentos surjam incentivando a implantação de modalidades olímpicas nas escolas municipais e estaduais por exemplo.
SAIBA MAIS SOBRE OS ATLETAS: (SITE UOL.COM.BR)
Campanha do Bronze na China:
Primeira luta
3 x 1 Kyriaki Kouvari (GRE)
Quartas-de-final
5 x 2 Carmen Marton (AUS)
Semifinal
2 x 2 Nina Solheim (NOR) (Decisão dos árbitros para a Norueguesa)
Luta do bronze
5 x 2 Karolina Kedzierska (SUE)
RESULTADO DO DIA:
Feminino acima de 67kg
Ouro ESPINOZA Maria del Rosario (México)
Prata SOLHEIM Nina (Noruega)
Bronze FALAVIGNA Natália (Brasil)
Bronze STEVENSON Sarah (Grã-Bretanha)
Masculino acima de 80kg
Ouro CHA Dongmin (Coréia do Sul)
Prata NIKOLAIDIS Alexandros (Grécia)
Bronze CHUKWUMERIJE Chika Yagazie (Nigéria)
Bronze CHILMANOV Arman (Cazaquistão)